terça-feira, 28 de junho de 2011

Sopa de coalhada com quibe

O friozinho do Rio está convidativo para uma sopa. É verdade, ta fazendo um pouco de frio na Cidade Maravilhosa. Um maço de hortelãs, na feira de hoje, me inspirou a preparar essa sopa. Labne, em árabe. É simples, fácil de preparar e o resultado vale a pena.




Ingredientes:

600 ml de coalhada fresca
100 ml de leite
1 colher de sopa de farinha de trigo
1 ovo
pimenta síria a gosto
sal a gosto
2 colheres de sopa de manteiga
2 dentes de alho socados
2 colheres de sopa de hortelã fresca picada
12 mini-quibes

Modo de preparar:

Bata no liquidificador ou mixer a coalhada, o leite, a farinha de trigo e o ovo. Frite os mini-quibes em óleo bem quente e reserve. Numa panela, frite o alho socado em 1 colher de sopa de manteiga, e assim que estiver dourado, adicione a coalhada batida, tempere com sal e pimenta síria e mexa sem parar, até que fique bem quente, sem ferver. Acrescente os quibes ja fritos, mexa e sirva, salpicando o prato com a hortelã fresca picada.


São Pedro e São Paulo - 29/6

Dia 29 de Junho a Igreja Católica do mundo inteiro celebra a santidade de vida de São Pedro e São Paulo. Estes santos são considerados “os cabeças dos apóstolos”, por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.


Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como Seu Senhor, Jesus Cristo.

Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, que tinha como nome antes da conversão Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Paulo não fazia parte do grupo dos doze, converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Paulo não fechou seus ouvidos. Ouviu e entendeu as Palavras de Jesus deixou-se invadir pelo Espírito Santo e entregou-se de corpo e alma ao serviço da evangelização. Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação.

Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o “Apóstolo dos gentios”.


Pamonha de forno para São Pedro e São Paulo

Ingredientes:

12 espigas de milho verde amarelas
1 litro de leite
2 xícaras de chá de açúcar
2 colheres de sopa de manteiga derretida
1 colher de sobremesa rasa de canela em pó
1 pitada de sal

Modo de preparar:

Retire o milho das espigas com uma faca, até aparecer o sabugo. Bata no liqüidificador, junto com o leite. Peneire e acrescente o açúcar, a manteiga derretida, a canela e a pitada de sal. Despeje o creme em um refratário e leve ao forno previamente aquecido, em banho-maria, a uma temperatura média, por aproximadamente uma hora ou até dourar.                                                       

domingo, 26 de junho de 2011

O Barão do Rio Branco: diplomata e gourmet

Foi o grande barão do Rio Branco que reforçou a diplomacia brasileira e era mestre na arte de receber. O serviço do cerimonial do Itamaraty, espaço que ele ocupou entre 1902 a 1912, sob seu comando, encomendou na Europa, cortinas, tapetes, móveis, louças, pratarias, cristais e elementos de decoração que até hoje são o orgulho da casa, agora, museu diplomático. O Itamaraty recebia delegações de diplomatas estrangeiros, comandos de navios da Marinha de Guerra de todo o mundo que aportavam no Rio de Janeiro, autoridades eclesiásticas que vinham de Roma e transitavam pela América Latina, escritores e filósofos echefes de Estado e membros das casas reais européias.
Carlos Cabral, autor do livro A mesa e a diplomacia brasileira: o pão e o vinho da concórdia, ressalta descobriu nos arquivos do Itamaraty, um telegrama do Barão do Rio Branco para Rui Barbosa, em Haia, na Conferência de Paz, quando Rui Barbosa escreveu falando da dificuldade em aprovar as propostas do Brasil. O Barão do Rio Branco incentivou: “ofereça um banquete por dia, porque é na mesa que se resolvem essas coisas”.


José Maria da Silva Paranhos Júnior, primeiro e único Barão do Rio Branco (Rio de Janeiro -1845/1912) foi geógrafo, historiador e advogado, formado pela Faculdade de Direito do Recife, membro da Academia Brasileira de Letras e diplomata. Atuou no Itamaraty nos governos de Rodrigues Alves, Afonso Penna, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Consolidou as fronteiras brasileiras, e é o responsável pelo desenho do nosso atual território.
Em 1945 recebeu uma grande homenagem do Governo: o órgão responsável pela formação dos diplomatas brasileiros, recebeu seu nome, Instituto Rio Branco.

Prato de porcelana de Limoges do serviço pessoal de Rio Branco


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Receita brasileira para São João

Bartolomé Esteban Murillo - 1665 - Museu do Prado

Ingredientes

1 xícara e meia de chá de milho para canjica
1 lata de leite condensado
a mesma medida de leite
canela em pó para polvilhar

Modo de Preparar

Deixe a canjica de molho em água fria por, no mínimo, 2 horas. Escorra a água e leve a canjica ao fogo em panela de pressão com dois litros e meio de água fria, reduzindo o fogo após a fervura. Deixe cozinhar por 1 hora. Depois de cozida, retire do fogo, deixe sair toda a pressão e abra a panela. Junte o leite condensado, o leite e deixe ferver por mais 5 minutos, mexendo de vez em quando até ficar cremosa. Despeje em uma tigela funda e sirva polvilhada com canela.
Você poderá variar o sabor desta receita, acrescentando um vidro de leite de coco e duas gemas desmanchadas em um pouco de leite, após acrescentar o leite condensado.Na região Nordeste esta receita é conhecida como Mungunzá, recebendo diversas variações de preparo.

Macarrão para a Festa de São João Batista (24/6)


Hyeronimus Bosch - São João Batista - Museu Lázaro Galdiano (Madrid)


Na Idade Média cristianizaram a festa pagã do solstício do Verão como 'festa de São João Batista'. Divulgou-se em toda a Europa. Homenageavam o Santo com as fogueiras já tradicionais na época romana. No Nordeste do Brasil organizam danças de quadrilhas. Santo Padroeiro da Ordem de Malta. São João tem sido venerado pelas Igrejas Ortodoxa, Católica e Anglicana. A Maçonaria praticante do Rito Escocês Antigo e Aceite, de origem católica, também promove a 'festa de São João de Verão'.


Andrea Solari - Salomé com a cabeça do Batista

 
João Batista é descrito na Bíblia como pessoa solitária, que vivia no deserto, e comia gafanhotos e mel. O caminho desse homem estranho e recluso, profeta de grande popularidade, cruzou com a da família real da época, a do rei Herodes Antipas da Galiléia. João condenou publicamente o fato do rei ser amante da própria cunhada, Herodíades. Salomé, filha de Herodíades, dançou tão bonito diante de Herodes, que este lhe prometeu o presente que quisesse. A mãe de Salomé aproveitou a oportunidade para se vingar: anunciou que o presente seria a cabeça degolada de João Batista sobre uma badeja, por volta do ano 30.
A tradição diz ainda que ele nasceu livre do pecado original e foi santificado ainda no útero de sua mãe. João é venerado com como um dos primeiros a seguirem uma vida de austeridade monástica. Na arte ele é mostrado batizando Jesus ou com um bastão que termina em forma de cruz. No Brasil é um dos três santos celebrados com grandes festividades no Nordeste. É o padroeiro da amizade e sua festa é celebrada no dia 24 de junho.

Guido Reni - São João Batista jovem

Receita da cidade de Foggia - região Puglia, sul da Itália

Ingredientes:

400 g de macarrão formato maccheroni
400 g de tomates pelados
150 g de azeitonas verdes picadas
8 filés de enchova dessalgados
2 colheres de sopa de alcaparras dessalgadas
100 ml de azeite de oliva extra virgem
1 dente de alho picado
150 g de queijo pecorino
pimenta-do-reino a gosto
6 colheres de sopa de salsa picada

Modo de preparar:
Doure o alho picado no azeite de oliva, acrescente as enchovas picadas e refogue um pouco. adicione as alcaparras, os tomates pelados, as azeitonas picadas e cozinhe por cerca de 10 minutos, em fogo médio. Enquanto isso, coloque bastante água para ferver, adicione o sal, e assim que a água começar a ferver, acrescente o macarrão. cozinhe-o al dente, escorra e salteie os macarrões no molho preparado previamente. Coloque na travessa de serviço e finelize pulverizando com a salsa picada.






domingo, 19 de junho de 2011

Dia da Santíssima Trindade


(Seguidor de Marteen de Voss - séc. XVI - col. part.)


Hoje, no calendário da Igreja Católica comemora-se a Santíssima Trindade. É um dos dogmas da Igreja Romana, onde Deus é uno e trino, ou seja, Ele é Pai, é Filho e é Espírito Santo.

Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou exaustivamente compreender este inefável mistério. Certa vez, passeava ele pela praia, completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma. Até que deparou-se com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajeto curto, mas repetitivo. Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar; sucessivamente voltava, enchia o copo e o despejava novamente. Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer. A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho. No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar o intento. Aí a criança lhe disse: “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco, do que compreender-se o mistério da Santíssima Trindade”. E a criança, que era um anjo, desapareceu... 
Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a dimensão de Deus e, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só o compreenderemos plenamente, na eternidade, quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
DEUS PAI Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”; por si só, é Princípio de Vida, de quem tudo procede; possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo. Atribui-se ao Pai a Criação do mundo.
DEUS FILHO – Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado. Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo Sua natureza humana, para nossa Salvação. É Ele Eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância). Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo.

DEUS ESPÍRITO SANTO – Procede do Pai e do Filho; é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho; pode-se dizer que Deus em sua vida íntima é amor, que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Batismo e na Transfiguração de Jesus; depois no dia de Pentecostes sobre os discípulos. Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade. Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do  mundo.


Albrecht Dürer - Adoração da Ssma. Trindade - Museu histórico de Viena

sábado, 18 de junho de 2011

O primeiro livro brasileiro sobre Bolos Artísticos



Ontem tive a felicidade de comprar uma raridade: o livro Bôlos Artísticos de Dolores Botafogo. Ela foi a primeira cake designer brasileira, e a edição que adquiri é de 1950, e me parece ser a 1ª edição. Muitas das "confeiteiras" e "boleiras" brasileiras, e principalmente as cariocas, foram suas discípulas. Aliás, encontrei até mesmo o depoimento de uma delas em Portugal. Disse ter frequentado a escola de Dolores, aqui no Rio, no ano de 1965, quando aqui morou.



Na introdução da obra, ela afirma que "o presente trabalho tem a finalidade de transmitir o resultado de minha experiência sem divagações que só serviriam para dissimular lacunas e falhas".
Em uma primeira leitura superficial, dá para se notar que ela realmente dá "o pulo do gato", e suas receitas parecem bem adequadas e factíveis para a época em que foram escritas.
São bolos para as mais variadas ocasiões e formatos, sob os auspícios do "Açúcar Pérola", seu patrocinador.


Eis algumas ilustrações que selecionei e compartilho aqui:


Grande Valsa


Princesa Fátima


Bodas de Prata


Duplo Enlace


Bolo para Dois


Três Amores


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Torta de banana sem massa

Adoro essa torta e me lembro dos tempos que tínhamos uma casa na praia, no litoral do Paraná. Minha mãe sempre fazia essa torta por dois motivos: o primeiro porque as bananas abundam no litoral paranaense, e segundo porque o forno de casa não era lá essas coisas e esta torta não dá trabalho algum. Ups, acabou saindo um terceiro motivo! Receita fácil e gostosa. A banana é o segundo fruto mais produzido e mais consumido em nosso país, e segundo estatísticas, consome apenas 0,87% do nosso orçamento relativo à alimentação. Disso deriva a expressão "preço de banana".



Ingredientes:
10 colheres de sopa de farinha de trigo
10 colheres de sopa de açúcar mascavo
1 colher de sopa de fermento em pó

1 colher de sobremesa de canela em pó
100 gramas de margarina
6 bananas


Modo de preparar:
Misture os ingredientes secos e a margarina, formando uma farofa. Unte uma assadeira com margarina, forre o fundo da assadeira com metade da farofa e por cima bananas cortadas no comprimento, em 3 fatias, cubra com a farofa restante. Leve ao forno na temperatura de 185 graus. Depois que estiver assado polvilhar com açúcar e canela.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Homenagem a Fernando Pessoa

(Come chocolates, pequena; Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.


Álvaro de Campos, Tabacaria (excerto)


domingo, 12 de junho de 2011

Santo Antônio de Pádua ou de Lisboa



Santo Antônio é o padroeiro de Pádua, de Lisboa, de Split, de Paderborn, de Hildesheim, dos casais, e é um santo popular para encontrar itens perdidos. No Brasil é o santo casamenteiro e é invocado pelas moças solteiras para encontrar um noivo. O “dia dos namorados” no Brasil é celebrado na véspera de sua festa ou seja no dia 12 de junho.
Faleceu no dia 13-06-1231 em Arcella, nos arredores de Pádua. Foi canonizado em 30-05-1232 pelo Papa Gregório IX em Espoleto (Úmbria), Itália.
Foi indicado Doutor da Igreja em 16-01-1946 por Pio XII com o título de “Doutor Evangélico”.
Na arte litúrgica da igreja ele é mostrado como um franciscano e as vezes com o Menino Jesus.



O milagre dos peixes:Santo António faz um sermão aos peixes, no rio Marecchia porque os homens de Rimini não o querem ouvir. Ao ver isto eles arrependem-se e dirigem-se para junto do santo, ouvindo o sermão.
O milagre do jumento:Um herege não acreditava que Cristo de fato estava presente na Eucaristia. Santo António diz que o jumento, que o homem tinha, era menos teimoso e que seria mais fácil convencê-lo. Ao ver a hóstia o jumento ajoelha-se.
Em 1236 fizeram o traslado do corpo do Santo. Foi possível encontrar a língua do Santo perfeitamente rosada no corpo já em decomposição. A língua ficou como relíquia lembrando que aquela língua anunciou a palavra de Deus ao mundo.
O santo casamenteiro:
Existe três versões:
1) Entre os Bascos, Santo Antonio é considerado o santo que faz o “matchmaker” ou seja encontra os iguais ou seja santo que casa coisas iguais ou santo “casamenteiro”.
Ele seria o santo que fazia o sagrado encontro de duas pessoas ou o santo casamenteiro. De acordo com o costume relatado pelo Rev. Francis X. Weiser publicado em 1958, as garotas Bascas faziam uma peregrinação no templo de Santo Antonio em Durango, no dia de sua festa, e oravam para ele encontrar para elas, um “bom rapaz”.
Vale dizer que os rapazes bascos faziam a mesma jornada e ficavam do lado de fora do templo até as moças terminarem as suas preces e aí eles as tiravam para dançar. Weiser especula tambem que esta associação entre noivado e casamento é inspirado porque temos varias imagens de Santo Antonio carregando um “bebê ” (Menino Jesus) nos braços.
2)Outra versão, muito contada pelos antigos, diz que uma jovem depois de fazer uma novena à Santo Antônio e não tendo encontrado noivo, zangada, jogou a estátua de Santo Antônio que tinha em seu oratório, pela janela e a mesma caiu na cabeça de um caixeiro-viajante que passava. Este gritou e ela foi correndo ajuda-lo e levou-o para dentro e tratou de seu ferimento. Ele se apaixonou por ela e se casaram.
3)Conta-se que uma donzela não dispunha do dote para casar-se e, confiante, recorreu a Santo Antônio. Das mãos da imagem do Santo teria caído um papel com um recado a um prestamista (pessoa que empresta dinheiro a juros) da cidade, pedindo-lhe que entregasse à moça as moedas de prata correspondentes ao peso do papel. O prestamista obedeceu e pôs o papel num dos pratos da balança, colocando no outros as moedas. Os pratos só se equilibraram quando havia moedas suficiente para pagar o dote.”

Pentecostes


AFOGADO – receita tradicional da cidade de São Luiz do Paraitinga – São Paulo



A Festa do Divino Espírito Santo é uma festividade de origem portuguesa trazida para o Brasil no século XVI. É uma festa móvel, comemorada cinqüenta dias após a Páscoa no dia de Pentecostes. Tem como símbolo principal uma bandeira vermelha com uma pomba branca no centro, representando o Divino Espírito Santo. A cor vermelha da bandeira simboliza o fogo que se refere à forma pela qual o Espírito Santo se manifestou aos apóstolos e à Virgem Maria no cenáculo.

São Luís do Paraitinga localiza-se no Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo. No final do século XVIII, a região do Vale do Paraíba era a mais povoada da Capitania de São Paulo e ponto de passagem na penetração para o interior, quando os Bandeirantes iam ao sertão à caça de índios, pedras e metais preciosos. A Festa do Divino é a principal festa do calendário da cidade, e na ocasião acontece a distribuição de Afogado aos participantes dos festejos.


Ingredientes:

¼ de xícara de azeite de oliva

2 colheres de sopa de alfavaca (manjericão grande) picada

2 colheres de sopa de cebolinha picada

2 colheres de sopa de hortelã picada

2 colheres de sopa de salsa picada

1 colher de chá de sal

1 kg de acém cortado em cubos pequenos

100 g de toucinho fresco cortado em cubos

3 litros de água

2 dentes de alho

1 cebola grande picada

2 folhas de louro

1 pitada de colorau


Modo de Preparar:

Frite a carne no azeite até dourar. Acrescente o toucinho, a cebola, o colorau, o sal, o alho, o louro e a água. Deixe cozinhar em fogo alto por 2 ou 3 horas,  ou até que a carne fique macia e desfiando. Se necessário, junte mais água (sempre quente). Quando estiver no ponto, prove o sal, adicione a alfavaca, a cebolinha, a hortelã e a salsa, mexa e sirva.
receita do livro O Céu na Boca

domingo, 5 de junho de 2011

Vatapá para Nazareth

Para comemorar o aniversário de Nazareth, o cardápio foi um vatapá.
A maioria das pessoas afirma que a palavra Vatapá é de origem Yorubá, um dos dialetos africanos. Segundo Câmara Cascudo,  grande antropólogo e historiador nordestino , está é uma informação deveras equivocada.
Numa viagem à África, Cascudo descobriu que ninguém sequer sabia o que significava esta palavra, e que alguns dos alimentos que aqui reconhecemos como africanos, lá são reconhecidos como brasileiros. Assim é com o Vatapá, que o antropólogo afirma ser de origem Tupi. Confesso não ter encontrado ainda a referência do significado em Tupi da palavra vatapá, mas dada a semelhança com o nome de outra iguaria Tupi, o Tacacá, não é difícil acreditar no argumento de Cascudo.
Gilberto Freyre, em seu livro "Açúcar" (1936, pág. 489) diz que o prato foi criado a partir de receitas africanas, como o muambo de galinha e quitande de peixe, acrescido a elas iguarias e temperos nacionais.
No livro "Com unhas, dentes & cuca" de Alex Atala e Carlos Dória, sobre cozinha regional, podemos ler: "Aparentemente, nada é mais estável que o vatapá. Ele parece ter vindo da África, do fundo dos tempos e, incólume, resistiu a toda sorte de modernizações. Por isto ele é símbolo gastronômico da Bahia. Ledo engano histórico. O folclorista Câmara Cascudo mostrou como a cozinha baiana é dessas tradições inventadas, fruto da unificação tardia dos cultos afro-brasileiros na segunda metade do século XIX, que, entre outras consequências provocou a homogeneização das "comidas de santo". O vatapá aparece, neste contexto como uma reinterpretação baiana da açorda portuguesa, cuja origem é uma papa de miolo de pão ensopado e temperado que acompanha peixes e frutos do mar. Todas as terras colonizadas pelos portuguese incluindo Goa e Macau, tem uma versão local da açorda ou, se quisermos, de vatapá."



 
A origem do vatapá é controversa: Enquanto alguns antropólogos, como Artur Ramos, defendem que “foi o negro sudanês quem introduziu no Brasil o azeite de coco de dendê (elais guineensis), o camarão seco, a pimenta malagueta, o inhame, as várias folhas para preparo de molhos, condimentos e pratos. E ainda modificou, com seus processos, a cozinha indígena ou portuguesa”.
Na culinária, como em outras manifestações culturais africanas no Brasil, está ocorrendo o fenômeno de torna-viagem.” Assim, de acordo com Câmara Cascudo, o vatapá é brasileiro e foi levado à África pelos escravos libertos que retornaram à terra de origem. O milho usado na receita indicaria a origem indígena do prato.
Brasileiro ou africano, o vatapá é uma peixada em forma de creme ou purê “pedaçudo”. Pode ser feito com fubá, farinha de mandioca ou pão amanhecido. É temperado, oficialmente, com cebola, alho, tomate, coentro e gengibre, além de amendoim e castanha, ambos torrados e moídos. Sem esquecer do azeite de dendê, do camarão seco e do leite de coco, naturalmente.


"Me deixem em paz com meu luto e minha solidão. Não me falem dessas coisas, respeitem meu estado de viúva. Vamos ao fogão: prato de capricho e esmero é o vatapá de peixe (ou de galinha), o mais famoso de toda a culinária da Bahia. Não me digam que sou jovem, sou viúva: morta estou para essas coisas. Vatapá para servir a dez pessoas (e para sobrar como é devido).
Tragam duas cabeças de garoupa fresca. Pode ser de outro peixe, mas não é tão bom. Tomem do sal, do coentro, do alho e da cebola, alguns tomates e o suco de um limão.
Quatro colheres das de sopa, cheias com o melhor azeite doce, tanto serve português como espanhol; ouvi dizer que o grego inda é melhor, não sei. Jamais usei por não encontrá-lo à venda. Se encontrar um noivo, que farei? Alguém que retome meu desejo morto, enterrado no carrego do defunto? Que sabem vocês, meninas, da intimidade das viúvas? Desejo de viúva é desejo de deboche e de pecado, viúva séria não fala nessas coisas, não pensa nessas coisas, não conversa sobre isso. Me deixem em paz, no meu fogão.
Refoguem o peixe nesses temperos todos e o ponha a cozinhar num bocadinho d’água, um bocadinho só, um quase nada. Depois é só coar o molho, deixá-lo à parte, e vamos adiante .
A seguir agreguem leite de coco, o grosso e puro, e finalmente o azeite-de-dendê, duas xícaras bem medidas: flor de dendê, da cor de ouro velho, a cor do vatapá. Deixem cozinhar por longo tempo em fogo baixo; com a colher de pau não parem de mexer, sempre para o mesmo lado: não parem de mexer senão embola o vatapá. Mexam, remexam, vamos, sem parar; até chegar ao ponto justo e exatamente.
Em fogo lento meus sonhos me consomem, não me cabe culpa, sou apenas uma viúva dividida ao meio, de um lado viúva honesta e recatada, de outro viúva debochada, quase histérica, desfeita em chilique e calundu. Esse mando de recato me asfixia, de noite corro as ruas em busca de marido. De marido a quem servir o vatapá doirado e meu cobreado corpo de gengibre e mel.
Chegou o vatapá ao ponto, vejam que beleza! Para servi-lo falta apenas derramar um pouco de azeite-de-dendê por cima, azeite cru. Acompanhado de acaçá o sirvam, e noivos e maridos lamberão os beiços."

AMADO, Jorge. Dona Flor e seus dois maridos. Rio de Janeiro: Record, 1997. p. 231-233






sexta-feira, 3 de junho de 2011

Antigas publicidades

E para finalizar, alguns interessantes cartazes promocionais de macarrão, das primeiras décadas do século XX.





Fabricação de macarrão - século XIX-XX


Mais algumas imagens interessantes sobre a fabricação do macarrão em Nápoles e província, datadas do final do século XIX e início do XX.




quinta-feira, 2 de junho de 2011

Italiani mangiamaccheroni

Já que falávamos de lugares comuns... Os italianos, por muitos povos, são vistos como mangiamaccheroni, ou seja, comedores de macarrão. Aliás, esse era historicamente, o lugar comum referente aos italianos do norte até o século XVIII. Quando a produção de massas alimentícias secas passou a se concentrar no sul da península, principalmente na região de Nápoles, os napolitanos, e por extensão, os demais habitantes do sul, foram então chamados de mangiamaccheroni. Selecionei algumas imagens que traduzem bem esse espírito.










2 de Junho - Dia da República Italiana

O dia 2 de junho é o dia da República Italiana, correspondente ao 15 de novembro no Brasil. Foi nesta data, em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, que os italianos foram às urnas para decidir o destino do país. Durante dois dias (2 e 3 de junho), a população votou para escolher a forma de governo: as opções eram República (vencedora do referendo) ou monarquia. Portanto, hoje é dia de festa na Itália. Um saluto!



E a propósito, Itália, em geral, lembra macarrão. Sei que é um lugar comum, mas é inevitável. Que tal, meus amigos seguidores, se vocês mandassem sua receita preferida de macarrão?