domingo, 30 de dezembro de 2012

Manjar Branco para Iemanjá



Iemanjá, a Rainha do Mar gosta de manjar branco e hoje, às vésperas da véspera do Ano Novo, segue a receita, simples e gostosa desse doce bem brasileiro. Ou melhor, bem europeu, pois há receitas do prato em livros de receitas europeus desde o século XV. Naquela época, porém, era um prato salgado, preparado com caldo de frango.

Ingredientes

1 lata de leite condensado
2 latas (a mesma medida do leite condensado) de leite integral
4 colheres de sopa de amido de milho
1 vidro de leite de coco
150 g de coco ralado fresco

Modo de preparar:
 Leve ao fogo médio o leite condensado, o leite e o amido e mexa sem parar com um fouet; quando estiver cozido, já grosso, adicione o leite de coco e o coco ralado, mexa por mais 2 minutos. Retire do fogo, coloque em uma forma de buraco molhada e leve para gelar. Sirva com a calda de sua preferência: ameixas pretas, açúcar queimado, frutas vermelhas.
Para Iemanjá, não acrescente calda e sirva sobre uma folha de bananeira.



(photo - Isabella Kassow)
E salve a Sereia do Mar!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo 2013






Deixo algumas imagens para brindar com amigos e seguidores, na esperança de que 2013 seja um ano cheio de coisas boas para todos nós.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Batata Blu

Sei que não é uma novidade para muita gente, mas para mim foi novidade, dias atrás. Descobri na revista Páginas do Leblon (www.paginasdoleblon.com.br) essa batata azul. originária do Peru, são bastante comuns na Europa, segundo as pesquisas que fiz na net, e parece que aqui na Terra Brasilis ainda não chegou. E se chegou, ao menos aqui no Rio eu nunca encontrei. São lindas e imagino que com um pouco de criatividade, dá para preparar pratos bem legais, e visualmente muito bonitos. Confira as imagens.



domingo, 11 de novembro de 2012

Photo food

Descobri, sem querer, como descobrimos muitas coisas na net, o trabalho da fotógrafa, designer, artista multimídia alemã, Katrin Schacke. As imagens a seguir integram o livro "Tangível", publicado pela editora Gestalten Verlag, na Alemanha (www.gestalten.com).
São jaquetas, meias, bolsas, calças e demais peças de vestuário, masculino e feminino assembladas como deliciosos pratos. Cozinha e arte, mais uma vez unidas, mesmo quando os elementos em questão não soão, necessariamente comestíveis.








domingo, 4 de novembro de 2012

Café da manhã

Domingo, dia de acordar tarde e tomar um bom café da manhã. 
Essas imagens são inspiradoras.
A primeira delas é do artista do post anterior, John Singer Sargent. A tela retrata Lady Richmond, esposa de Sir William Blake Richmond e Jane de Glehn. Elas estão na Loggia da Villa Torre Galli, em Scandicci, nos arredores de Florença. O pintor hospedou-se na Villa no outono de 1910, ano no qual pintou a tela.


Já a próxima imagem, Café da manhã no jardim, é do impressionista italiano Giuseppe De Nittis, e foi pintada em 1883.


De Nittis nasceu na cidadezinha de Barletta, na província de Bari, sul da Itália. Estudou na Academia de Belas Artes de Nápoles. Viajou pela Itália passando por Roma, Florença, Veneza e Turim. Como seus contemporâneos, dirigiu-se para a "Meca" das artes do século XIX, chegando em Paris em 1867. Em 1869 expõs pela primeira vez no Salon, e em 1874 participou da famosa exposição no estúdio do fotógrafo Nadar, considerada a primeira mostra dos impressionistas. Teve uma vasta produção e faleceu em Saint-Germain en Laye em 1884.


sábado, 3 de novembro de 2012

John Sargent Singer e o vinho

John Singer Sargent (1856 - 1925) nasceu em Florença e faleceu em Londres. Estudou na Academia de Belas Artes de Florença entre 1870 e 1874, seguindo depois para Paris, onde estudou sob a orientação de Emile Augustus Carolus-Duran. Viveu também na Espanha, para onde foi estudar a obra de Velazquez. 
A crítica não o enquadra em nenhuma escola, mas são visíveis as influências do impressionismo, que na Itália chamava seus pintores de macchiaioli, manchadores. Ele dizia: "Sou um americano nascido na Itália, educado na França; falo inglês, pareço um alemão e pinto como um espanhol".
Compartilho duas imagens que me agradam muito, no mesmo tema: o vinho.


Copos de Vinho, 1875, coleção particular


Interior de uma adega em Veneza, 1898, coleção particular

domingo, 21 de outubro de 2012

Louça da Nobreza Brasileira

Segundo Barão de Piracicaba


Aparelho de porcelana francesa de Limoges, 88 peças, com o monograma do Barão



Rafael Tobias de Aguiar Pais de Barros, segundo barão de Piracicaba, (1830 –  1898) foi um fazendeiro brasileiro. Era filho de Antônio Pais de Barros, primeiro barão de Piracicaba, e de Gertrudes Eufrosina de Aguiar.
Casou-se em primeiras núpcias com sua prima Leonarda de Aguiar de Barros, filha de Bento Pais de Barros, barão de Itu, e em segundas com Maria Joaquina de Melo Oliveira, filha de José Estanislau de Oliveira, visconde de Rio Claro.
Dentre seus filhos, destaca-se Sofia Pais de Barros, que se casou com Washington Luís Pereira de Sousa, futuro presidente do Brasil.

Depois da implantação da ferrovia, em 1867, a rua Alegre, em São Paulo,  tornou-se um dos endereços preferidos da elite cafeeira; ali residiram membros das famílias Barros, Almeida Prado, Barbosa de Oliveira, Arruda Botelho, Souza Aranha, entre outros. Rafael Tobias de Aguiar Paes de Barros, futuro Barão de Piracicaba II, ergueu um belo palacete por volta de 1870, um dos primeiros a serem implantados fora do alinhamento da rua. Sobrinho e afilhado do Brigadeiro Tobias (de quem possuía o nome), ele construiu sua casa num imenso terreno na esquina das ruas Senador Queiróz com Alegre, sendo os fundos voltados para a rua Triste, onde ficavam o pomar, as cocheiras e acomodações do escravos. Com mais de sessenta cômodos, a casa possuía os dormitórios no térreo, sendo que o estar formal e familiar se localizava no primeiro andar, considerado o pavimento nobre. Isso ainda era resquício dos sobrados coloniais, nos quais as acomodações para escravos e os serviços se encontravam no piso ao rés-do-chão. Provavelmente a construção era mista, usando taipa de pilão e tijolos de barro, estes com o brasão da Olaria Sampaio Peixoto, de Campinas.




O Barão faleceu em 1898, mas sua viúva e alguns filhos residiram no palacete até 1918, quando foi ocupado pela escola de Farmácia. Foi nessa casa que um dos genros do Barão, o jovem bacharel Washington Luis Pereira de Souza começou a trilhar os caminhos da política. Casado com Sofia, certamente se beneficiou do prestígio que o sogro tinha na sociedade paulista, bem como da vasta e influente parentela. A residência do Barão de Piracicaba foi demolida em 1942.

Sofia e Washington Luis, num dos salões da casa
autor desconhecido, início séc. XX




sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Avenida Brasil: o lugar onde se come o dia todo

Hoje, irá ao ar o último capítulo da novela Avenida Brasil, escrita por João Emanuel Carneiro. Fenômeno de audiência da TV Globo, a novela ganhou adeptos famosos e não famosos. Ana Maria Braga e Fátima Bernardes dedicaram parte de seus programas, hoje ao esperado desfecho do folhetim. Afinal, quem matou Max? Quem Carminha matará primeiro: Tufão ou Nina? Especulações das mais variadas espécies circulam pela rede, e muita gente não sairá de casa hoje, sexta-feira, antes do final do capítulo. Certamente será o assunto em todas as mesas , dos pés-sujos aos renomados restaurantes. Mistério e suspense, um pouco à la Revenge, o seriado americano que também conquistou multidões. 
É uma pena que Carminha, o personagem de Adriana Esteves, tenha sido colocada de lado, nas últimas semanas em favor de seu pai, santiago, interpretado por Juca de Oliveira.
Mas sem dúvida alguma, a personagem que dominou a cena gastronômica da novela foi Nina, interpretada por Débora Falabella. Ela foi uma espécie de preceptora da família suburbana do Divino. Ensinou boas maneiras aos personagens, refinou o seu paladar e conquistou os falastrões membros daquela família com as suas receitas. E vamos combinar, come-se muito no Divino: praticamente o dia todo, tanto na Mansão Tufão, no botequim do Silas ou na casa de Monalisa. Sem esquecer da moela do Adauto!



Dentre as tantas receitas que a "chef" Nina preparou, uma delas conquistou a Família Tufão: Ovos benedict, os preferido do café da manhã de Carminha.
Os ovos benedict foram uma das muitas invenções do maître d'hotel Oscar Tschirsky, funcionário do Waldorf-Astoria Hotel de Nova York, o mesmo inventor da também famosa Salada Waldorf. O pedido de torradas com ovo pochê, bacon crocante e molho holandês teria sido feito por Lemuel Benedict, funcionário aposentado da bolsa de valores de Wall Street, para curar uma ressaca matinal. A história foi contada pelo próprio Benedict, em 1942, e publicada na coluna Talk to the Town, do Jornal The New York Times. Também era o prato predileto da personagem Miss Marple, de Agatha Christie.
(De Fama à mesa, Editora Tinta Negra, Rio de Janeiro, 2010, p. 139-140)

Ingredientes:

4 ovos
4 fatias de bacon
1 colher de sopa de vinagre de vinho branco
azeite de oliva a gosto
sal e páprica a gosto

para o Molho Holandês:

2 gemas
2 colheres de sopa de água
1 colher de sobremesa de suco de limão
pimenta-do-reino a gosto
150 g de manteiga

Modo de preparar

Comece preparando o molho: coloque as gemas em um recipiente e junte a água fria e o suco de limão, mexendo com um fouet. tempere com sal, pimenta e leve ao fogo em banho-maria, mexendo sem parar. assim que o molho estiver cremoso junte mais algumas gotas de água fria, e sem parar de mexer, adicione a manteiga, em pequenas quantidades. A água do banho-maria não deve ferver, e sempre que o molho parecer quente demais, adicione um pouco de água fria. Conserve em banho-maria até a hora de utilizar.
Prepare então os ovos pochê: ferva a água com sal e adicione o vinagre. quebre os ovos numa vasilha à parte e despeje os ovos, um de cada vez, sobre a água fervente. A água deve cobrir quase todo o ovo, deixando apenas a parte superior da gema descoberta. Cozinhe-os por cerca de um minuto, até que a clara esteja bem branca, sem partes cruas; retire-os com uma escumadeira. Torre as fatias de pão na torradeira, doure as fatias de bacon numa frigideira antiaderente por alguns minutos. Para servir, disponha um ovo sobre uma fatia de pão torrado, coloque uma fatia de bacon sobre cada ovo, cubra tudo com molho holandês e finalize com uma pitada de páprica.




terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dia Mundial do Pão


Hoje é o dia mundial do Pão. Alimento sagrado, por excelência, é o símbolo da alimentação. Hoje, no mundo todo, blogueiros dedicam a ele suas receitas, e acrescentam a imagem acima em seus blogs.
Ele é essencial pela manhã, com uma boa xícara de café com leite, no café da tarde, bem quentinho e crocante, recém comprado na padaria. Na hora do lanche, só com manteiga, com geleia, com queijo, com presunto, com mortadela. Não importa se grande, se pequeno, integral, comum, feito em casa, industrializado. O pão reina em todas as mesas (ou deveria reinar!)
Em Curitiba, 12 mil pães devem ser distribuídos hoje, na Praça Rui Barbosa, zona central da cidade.
Em Brasília, 30 mil deles devem ser distribuídos em frente a um conhecido shopping da cidade.
Em Recife, 40 mil unidades serão doadas à entidades carentes.
Em Belém e cidades vizinhas, 15 mil unidades também serão distribuídas.

Casualmente, hoje também é terça-feira, dia de Pão de Santo Antonio ou Pão dos pobres. 
Conta a tradição, a seguinte história:
Santo Antonio vivia no convento de Santa Maria Mater Domini, em Pádua. Naquela época, a Itália passava por uma tremenda crise, e o preço do pão havia sido muito elevado. Durante suas orações ouviu alguém bater à porta do convento e foi atender. Era um pobre, pedindo pão. O Santo foi até a despensa do convento e pegou um dos pães que haviam sido preparados pelo frade cozinheiro e deu-o ao homem. Mais tarde, a cena repetiu-se por outras vezes, até que os pães se acabaram.
Pouco antes da refeição, o frade cozinheiro caminhava aflito pela cozinha, lamentando a falta do pão para a refeição dos irmãos, que devia ocorrer dali a pouco. Antonio entrou na cozinha e o frade cozinheiro manifestou sua preocupação com a falta do pão justo na hora em que os irmãos deveriam retornas da capela, e que não havia tempo necessário para preparar outra fornada. O Santo, diz a lenda, bateu então nas costas do cozinheiro e disse: "Não se preocupe demais, pois Deus proverá!"
De fato, no retorno dos frades da oração, em direção ao refeitório, a caixa de pães, outrora completamente vazia, estava repleta, causando surpresa no frade cozinheiro.

Confesso que não tive tempo de preparar um delicioso pão, hoje, mas segue aqui uma bela seleção de imagens para comemorar o delicioso "pão nosso de cada dia".

















domingo, 14 de outubro de 2012

A questão gastronômica é uma questão estética e filosófica: a cozinha relaciona-se com as belas-artes e com as práticas culturais das civilizações de todas as épocas. As cozinhas dos diversos períodos históricos representam-nos, tanto quanto as pinturas, as sonatas, as esculturas, as peças de teatro ou de arquitetura. E, se existem mestres e amadores, criadores de primeira e de segunda, inventores e seguidores, gênios e anões nas áreas da estética clássica, o mesmo se dá no terreno da cozinha. (...) A cozinha é uma arte sem museu nem escola, sem história oficial nem instituição passível de reproduzir seus conhecimentos e pensamentos no domínio que agrada especialmente aos que só se sentem bem acalmados pelas palavras de ordem e pelos conhecimentos gregários.
A razão gulosa.
Michel Onfray, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 1999.

Timballe alla milanaise
do Livre de Cuisine, de Jules Gouffé, 1857

domingo, 19 de agosto de 2012

Publicidades Antigas

Pyrex: um clássico na cozinha de muitas gerações.

Esse vidro especial foi desenvolvido pela empresa alemã Schott Glaswerke por volta de 1880. è um vidro borosilicato fabricado a partir da areia de quartzo misturada com óxido de boro, alumínio, potássio e sódio, com baixíssimo coeficiente de dilatação. Esta é a razão que o torna muito resistente aos grandes choques térmicos. Foi um grande avanço da indústria química da época.
Antes da primeira grande guerra a Schott firmou um contrato com a Corning Glassworks, empresa americana que recebeu a receita do vidro, e que deu origem à marca Pyrex. Com a derrota dos alemães na guerra, os americanos confiscaram a receita do vidro como botim de guerra, e passou a fabricá-lo em larga escala.
Conta a lenda que em 1913 ou 1914, Bessie Littlejohn, esposa do vice-presidente da Corning, pediu ao marido que lhe trouxesse da fábrica algo que pudesse ser usado como descanso de panelas, algo resistente ao calor. Eureka! O marido pensou então em desenvolver uma linha de produtos para cozinhas domésticas. Em 1915 nascia o primeiro pyrex: uma forma para pizza. Aliás, o nome pyrex nada mais é do que a junção das inicias pi-zza com a desinência r-ex utilizada para determinar aquele tipo de vidro resistente. A Corning Glass entregou a primeira remessa de refratários para o uso doméstico à Jordan Marsh, grande loja de departamentos em Boston, em maio de 1915.
A novidade passou a ser produzida nos mais variados formatos e tornou-se um must. Em 1919 a empresa produziu mais de 4 milhões de peças. Já em 1927, estima-se que mais de 30 milhões de peças inundavam os lares americanos. E da América espalhou-se pelo resto do mundo. Inclusive na casa da minha mãe, nos anos 50. Quem não se lembra dos almoços de domingo, das lasanhas, frangos assados e bacias de batedeira de pyrex leitoso?








sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Pão, Pane, Pain...

você tem uma receita de pão e gostaria de compartilhar? Mande-a pra cá e compartilharemos essa delícia.Não esqueça das fotos. E enquanto esperamos a sua receita e as suas fotos, algumas fotos pra dar água na boca.