quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Restaurante Assírius atual Café do Theatro


Memórias do Rio: Restaurante Assírius no Theatro Municipal – Praça Marechal Floriano - Cinelândia. No momento funciona ali o Café do Theatro. Segundo fontes, ficou fechado por quase 20 anos, e foi um dos melhores e mais caros restaurantes do Rio de Janeiro.
O Assírius tem esse nome por causa da sua decoração, uma clara alusão à ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi, que narra a história da fuga dos hebreus da Babilônia, sob o domínio de Nabucodonosor. Ocupa toda extensão do teatro em sua largura com uma entrada pela Av. Rio Branco e outra pela Rua Treze de Maio, no subsolo do teatro, exatamente debaixo do palco.

Ao descer as escadas laterais das chapelarias nos corredores das frisas, chega-se aos vestíbulos do restaurante, com oito quadros de mosaico do italiano Gian Domenico Facchina, representando cenas de peças famosas da Dramaturgia universal.
O restaurante é uma jóia, todo revestido de cerâmica esmaltada francesa, inspirado na antiga Babilônia. O local está dividido em dois planos, o teto é baixo sustentado por colunas que terminam com cabeças de touro, em estilo persa.


Em sua decoração vê-se a frisa dos leões e a rampa das escadas do palácio de Artaxerxes, a frisa dos arqueiros da sala do trono de Dario I e os enormes Kerubs, que guarnecem as escadas. Há ainda o Gilgamesch do palácio de Sargão e duas belíssimas fontes, com motivos persas e babilônicos.


Os espelhos têm molduras em bronze, e por trás deles estão a copa e a cozinha.
De grande originalidade são as luminárias, com novos acréscimos.


Aquilo que os romanos cobravam 3 mil francos franceses o metro quadrado e os venezianos 1.500 FF, o italiano Gian Domenico Facchina fez por 185 francos (dados de Giovanna Galli, em L’ art de la Mosaïque). O sucesso foi tanto que Facchina foi contratado daí em diante para fazer uma série de mosaicos monumentais. Entre os numerosos edifícios parisienses que acolhem suas obras, estão o Théatre du Châtelet, o Hôtel de Ville, o Louvre, o museu Carnavalet, o Petit Palais, o Trocadero, o Bom Marché, a Printemps, o Hotel Astoria, a École des Beaus-Arts e a Igreja de Sacre-Coeur de Montmartre. Além da França, seu ateliê foi solicitado para realizar obras na Inglaterra, na Argélia, nos Países Baixos, no Japão, na Romênia, na Turquia, nos Estados Unidos, na Espanha, na Argentina e, obviamente, aqui no Brasil. Gian Domenico morreu em 1903, rico e famoso.


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