A Anna, sétima duquesa de Bedford (1788-1861), uma das damas da corte da Rainha Victoria (1891-1901), é creditada a criação do chá das cinco. Quando a refeição do meio-dia tornou-se mais escassa, a história conta que a nobre sentia fome entre o café da manhã e o jantar e, por esse motivo, criou o hábito de tomar chá todas as tardes. Adotando o modelo europeu de serviço de chá, ela convidou as amigas para se juntar a ela para uma refeição à tarde por volta das cinco horas, nas salas de Belvoir Castle. O cardápio centrado em torno de pequenos bolos, pães e sanduíches de manteiga, doces variados e, claro, chá. Esta prática mostrou-se tão popular no verão, que a Duquesa continuou a exercê-la quando de seu retorno a Londres, enviando cartões para as amigas pedindo-lhes para se juntar a ela para "o chá e um passeio no campo”. A prática de convidar amigas para o chá da tarde foi rapidamente adotada por outras anfitriãs nobres. Era uma oportunidade para exibir maravilhosas peças de porcelana e prata. Logo foram criadas regras de etiqueta para o serviço de chá e receitas que fariam parte do cardápio como: torradas com manteiga, geléia ou mel; scones, muffins, bolos e uma grande variedade de biscoitos e pãezinhos.
A Rainha Vitória aprovou a nova mania das festas de chá. Até 1855, a rainha e suas damas vestiam-se formalmente para o chá da tarde. Este bolo simples era um dos favoritos da rainha.
Vitória era filha de Eduardo, duque de Kent, quarto filho do rei Eduardo III e da ex-princesa de Leininge, seu pai morreu logo após seu nascimento. Seu reinado durou 64 anos, tendo nesse tempo elevado a Inglaterra ao posto de maior império do mundo. O seu governo era sinônimo de pontualidade e sofisticação, isso se deve ao fato da soberana ter influenciado o estilo de vida e comportamento dos ingleses.
Logo manifestou interesse em seu primo Albert de Saxe-Coburg. A união com Albert, em 1840, fez com que a rainha se preocupasse com as questões que antes não a importava como, a política. A rainha percebeu que o país não poderia se manter isolado em suas fronteiras, que deveria ampliar seus horizontes. Diversos países europeus passaram a sofrer com a febre expansionista, porém, nenhum deles aumentou seus domínios territoriais como a Inglaterra da rainha Vitória. Eles tiveram nove filhos.
Com o intuito de ampliar o mercado consumidor, a rainha fortaleceu as campanhas contra a escravidão mundial e incentivou a abertura dos portos internacionais. Com a morte de seu marido em 1861, ela passou a se trancar em casa e a recusar-se solenemente a cumprir seus deveres públicos. Nunca mais pronunciou nada sobre política e, nem admitiu que ninguém esquecesse por um só segundo a sua dor, nem que tivesse infelicidade maior que a sua. Retirou-se na residência de Osborn House na Ilha de Wight. Segundo os historiadores, foi aqui que os bolos receberam seu nome. A rainha Vitória morreu em 1901.
BOLO ESPONJA DA RAINHA VICTORIA – receita tradicional inglesa
Ingredientes:
1 xícara de farinha de trigo
1 e ½ colheres de chá de fermento em pó
1 xícara de açúcar de confeiteiro
1 xícara de manteiga amolecida
2 ovos
½ xícara de leite
1 colher de chá de essência de baunilha
geleia de sua preferência para rechear
Modo de preparar:
Pré-aqueça o forno 200 graus C. Unte uma forma redonda de 20 cm com manteiga e farinha. Peneire a farinha e o fermento em uma tigela média e reserve. Bata a manteiga e o açúcar juntos em uma tigela média. Adicione os ovos, um a um misturando bem após cada adição. Lentamente, mexa a mistura da farinha com a manteiga, açúcar e ovos. Bata o leite e a baunilha até que a massa fique lisa. Despeje a massa na assadeira untada e asse em forno pré-aquecido até que um palito inserido no centro saia limpo, cerca de 20 minutos. Deixar o bolo esfriar por 10 minutos e vire-o sobre uma sobre uma grade para que esfrie completamente. Corte o bolo ao meio, na horizontal, e recheie com geleia de sua preferência ou creme de ovos e polvilhe com açúcar de confeiteiro.
Receita do livro O CÉU NA BOCA
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