sexta-feira, 29 de julho de 2011

Talheres curiosos

Talheres em prata - século XVIII


Talheres alemães com cabos em porcelana de Meissen - 1880


Desenho de talheres e baixela de Alphonse Mucha - séc. XIX





segunda-feira, 25 de julho de 2011

Torta de Santiago de Compostela


Tisi da Garofalo - Apóstolo São Tiago

É chamado de “Maior” para distingui-lo de homônimo apóstolo, Tiago de Alfeu (o Menor). Nasceu em Betsaida, no lago de Tiberíades, filho de Zabedeu e de Salomé (Mc 15,40; Mt 27,56) e irmão de João Evangelhista. Com o irmão foi um dos primeiros discípulos de Jesus (Mc 1,19; Mt 4,21; Lc 5,10). De caráter impetuoso, como o irmão, foi chamado por Jesus de “Boànerghes” (filho do trovão) (Mc 3,17; Lc 9,52-56) e era um dos prediletos do Mestre junto com Paulo e André. Foi testemunha, com Pedro, da Transfiguração do Senhor no Monte Tabor (Mt 17,1-8; Mc 9,2-8; Lc 9,28-36), da ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37-43; Lc 8,51-56), assistiu à cura da sogra de Pedro e junto de Pedro e João fez vigília no Getmsemani na véspera da Paixão (Mc 14,33ss; Mt 27,37s).
Segundo Isidoro de Sevilha, Tiago foi para a Espanha para difundir o Evangelho. Em seu tempo havia um grande fluxo comercial de minerais, de estanho, ouro, ferro e cobre entre a Galícia e a costa da Palestina. Nessas viagens eram trazidos para a Europa objetos ornamentais, pedras de mármore, especiarias e outros produtos, comprados principalmente em Alexandria e em portos ainda mais orientais, e é possível que Tiago tenha realizado a viagem da Palestina para a Espanha em um desses navios, desembarcando na Andaluzia, onde começou sua pregação. Proseguiu, depois, para Coimbra e Braga, passando, segundo a tradição, através da Iria Flavia no Finis Terrae hispânico, onde continuou a pregação.
No Breviário dos Apóstolos (fim do século VI) é atribuída ao santo a evangelização da “Hispania” e fala da sua sepultura em Arca Marmárica. Sucessivamente, já na segunda metade do século VII, o erudito monge inglês chamado de Venerável Beda, cita novamente esse fato na sua obra, e indica com surpreendente exatidão, o local da Galícia onde se encontra o túmulo do apóstolo. A tradição popular indica o túmulo no alto das colinas do Vale de Padrón, onde havia um culto das águas. Ambrosio de Morales no século XVI, em sua obra A Viagem Santa conta: “Subindo a montanha, na metade de seu flanco, há uma igreja onde dizem que o Apóstolo pregava e rezava missas, e debaixo do altar-mor surge uma fonte de água, a mais fria e mais delicada que já provei na Galícia”. Esse local é hoje chamada de “O Santiaguiño do Monte”.
Seu retorno para a Terra Santa foi através da via romana de Lugo, através da Península, passando por Astorga e Zaragoza, onde, desolado ele recebeu o consolo e o conforto da Virgem Maria, que lhe apareceu, segundo a tradição, em 2 de janeiro de 40), às margens do rio Ebro, sobre uma coluna romana de quartzo, e lhe pediu para construir uma igreja naquele local. Esse acontecimento serviu para explicar a fundação da Igreja de Nuestra Señora del Pilar de Zaragoza, hoje basílica e importante santuário mariano espanhol. Navegando pelo Ebro, Tiago chegou a Valencia, para depois ir para Murcia ou Andaluzia, e então retornar à Palestina entre 42 e 44 d.C..
Já na Palestina, junto ao grupo dos “Doze”, as colunas da primitiva igreja de Jerusalém, foi impedido de continuar suas pregações. Desprezando tal proibição, anunciava a sua mensagem evangelizadora entrando nas sinagogas e discutindo a palavra dos profetas. A sua grande capacidade comunicativa, a sua dialética e a sua personalidade, fizeram dele um dos apóstolos mais seguidos na missão de evangelizar.
Herodes Agripa I, rei da Judéia, para aplacar os protestos das autoridades religiosas hebraicas, escolheu-o para o martírio, condenando-o à decapitação. Desse modo foi o primeiro mártir do Colégio Apostólico.
Segundo a tradição, o escriba Josias, encarregado de conduzir Tiago ao suplício, foi testemunho do milagre da cura de um paralítico que invocavo o santo homem. Josias, perplexo e arrependido, converteu-se ao cristianismo e suplicou o perdão do Apóstolo, que lhe pediu um recipiente com água e o batizou. Ambos foram decapitados no ano 44.
Diz a lenda que os discípulos de Tiago, Atanásio e Teodoro, recolheram o seu corpo e sua cabeça e os transportaram de Jerusalém para a Galícia, de navio. Esses discípulos, uma vez na Espanha, pediram a Lupa, uma nobre pagã, rica e influente, de sepultar o corpo do santo nas terras de seu feudo, próximo ao castelo de Francos, a pouca distância da atual cidade de Santiago de Compostela. Ela submeteu o pedido ao governador romano Filótros, que residia em Dugium, próximo a Finisterra. Longe de entender as razões daqueles homens, ordenou a sua prisão. Segundo a lenda, os discípulos foram milagrosamente libertados por um anjo. Chegados à ponte de Ons ou Ponte Pías, sobre o rio Tambre, assim que atravessaram a ponte, ela ruiu e eles puderam fugir tranquilamente da perseguição dos romanos. Lupa os levou até o Monte Iliciano, hoje Pico Sacro, lhes ofereceu alguns bois selvagens que viviam naquelas terras em liberdade, e uma carroça, para que transportassem os restos do santo de Padrón até Santiago.
Narra a lenda que os bois começaram a seguir pela estrada sem recber nenhuma ordem, e que num determinado local, pararam e começaram a escavar a terra com suas patas. Imediatamente começou a brotar água do local. É a atual Fonte Franco, onde, mais tarde, foi edificada uma igreja. Os bois prosseguiram o caminho e chegaram a um terreno de propriedade de Lupa; ali pararam. Ela doou o terreno para a construção da sepultura do santo, onde hoje está a Catedral de Santiago.


Torta de Santiago de Compostela
Receita tradicional da cidade Santiago de Compostela (Espanha)

Ingredientes
170g de farinha de trigo
20g de açúcar de confeiteiro
350g de açúcar
7 ovos
1 colher de sopa de canela em pó
120g de manteiga
500g de amêndoas descascadas
½ cálice de vinho doce (Porto, Madeira ou Marsala)

Modo de preparo
Tostar as amêndoas no forno e depois moê-las. Derreter a manteiga. Peneirar a farinha de trigo sobre uma superfície lisa, fazer um monte e no centro dele, adicionar um ovo e a manteiga derretida, trabalhando ate obter uma massa lisa e homogênea. Embrulhar a massa numa película transparente e deixar repousar por 30 minutos. Em uma tigela, misturar uma colher de pau as amêndoas moídas, o açúcar e a canela. Acrescentar o vinho doce, colocar os ovos, um a um, mexendo sem parar. Untar com manteiga uma forma de torta de 26 cm de diâmetro e polvilhar com farinha de trigo. Abrir a massa com o auxilio de um rolo e colocá-la na forma untada. Despejar o recheio composto de amêndoa e ovos. Assar em forno pré-aquecido, a 170º C, por 30 minutos. Tirar do forno e desenformar sobre um prato de bolo. Deixar esfriar e finalizar cobrindo a torta com o açúcar de confeiteiro a ser pulverizado com uma peneira.

A tradição da torta real de Santiago de Compostela
Na Idade Média, uma grande leva de peregrinos visitou seu túmulo, que acabou se tornando o terceiro maior centro de peregrinação católica, junto a Roma e Jerusalém. A primeira notícia que se tem do uso do “biscoito de amêndoa”, que hoje se conhece como Torta de Santiago, Torta de Compostela ou Torta de Santiago de Compostela, data de 1577, durante uma visita de d. Pedro de Porto Carrero à Universidade de Santiago de Compostela, ainda que naquela época fosse denominada “torta real”. As primeiras receitas da torta provêm das notas de Luis Bartolomé de Leybar, datadas de 1838, sob a designação de “tarta de almendra”.
A tradição manda recortar em papel o molde da Cruz da Ordem de Santiago e colocar sobre a torta. Depois, polvilhar a torta com açúcar de confeiteiro e retirar o molde. A cruz ficará, assim, desenhada na torta. A origem da Cruz de Santiago representada na sua superfície data de 1924, ano em que a confeitaria “Casa Mora” de Santiago de Compostela começou a enfeitar as tortas de amêndoas com aquela que se tornaria a sua silhueta característica. Desde 3 de março de 2006, a Torta de Santiago de Compostela passou a ser uma denominação de origem protegida. 

Do livro O Céu na Boca, 2010.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Tom Yam Kung - sopa oriental

Adoro essa sopa. A primeira vez que a tomei foi no Restauante Mestiço, em São Paulo, em 2000. Foi paixão à primeira colherada. Enquanto me deliciava, fui decodificando os inghredientes e resolvi prepará-la em casa, posterioormente. Já preparei várias vezes, mas o maior sucesso foi quando a servi para minha médica e sua irmã, duas magras de plantão e que quase não comem nada. Pois bem, elas repetiram. Foi a sagração da sopa. Seu sabor exótico, delicado e picante ao mesmo tempo, encanta os paladares.



Ingredientes:
1l de leite de coco
500 ml de água de coco
2 talos de capim-limão
3dentes de alho picados
1 pimenta dedo de moça sem sementes picada
1 colher de sobremesa de curry
250 g de cogumelos shimeji
750 g de camarão rosa VM sem casca
2 folhas de limão
sal a gosto
3 colheres de sopa de azeite de oliva
1 ovo
2 colheres de sopa de coentro picado
4 lagostins
salsinha crespa para decorar

Modo de preparar:
Em uma frigideira aqueça 2 colheres de sopa de azeite e doure 2 dentes de alho picados. Lave bem os lagostins e refogue-os na frigideira. Salpique com sal e reserve
Pique 2 dentes de alho e doure-o em uma colher de azeite de oliva, adicione a pimenta picada, as folhas de limão rasgadas, os talos de capim limão também picados e refogue. Acrescente o leite de coco, a água de coco, abaixe o fogo. Assim que esiver aquecido, adicione o shimeji, o curry, salge e adicione o ovo ligeiramente batido. Mexa bem com um fouet; o ovo serve para que o leite de coco não talhe. Quando estiver bem quente, adicione os camarões e continue mexendo até que eles fiquem cozidos. Finalize acrescentando o coentro picado. Sirva a sopa decorando-a com um lagostim e um ramo de salsa crespa. Mesa decorada by Carlos.




quinta-feira, 21 de julho de 2011

Maria Madalena - 22 de julho

Maria Madalena foi identificada freqüentemente com outras mulheres que aparecem nos Evangelhos. Na Igreja Latina, a partir dos séculos VI e VII, houve a tendência de identificar Maria Madalena com a mulher pecadora que na casa de Simão, o fariseu, ungiu os pés de Jesus com suas lágrimas (Lc. 7,36-50). Por outro lado, alguns Padres a escritores eclesiásticos, harmonizando os evangelhos, já haviam identificado esta mulher pecadora com Maria, irmã de Lázaro, que em Betânia unge com um perfume a cabeça de Jesus (João 12,1-11; Mateus e Marcos, no trecho correspondente, não mencionam o nome de Maria, apenas dizendo tratar-se de uma mulher e que a unção ocorreu na casa de Simão, o leproso (Mt 26,6-13 e par). Em conseqüência disso, no Ocidente, devido principalmente a São Gregório, generalizou-se a idéia de que as três mulheres eram uma só pessoa.
Mas os dados evangélicos sugerem apenas que se deve identificar Maria Madalena com a Maria que unge Jesus em Betânia, pois presumivelmente é a irmã de Lázaro (João 12,2-3). Os evangelhos também não permitem deduzir que seja a mesma que a pecadora que, segundo Lc. 7,36-49, ungiu Jesus, embora a identificação seja compreensível pelo fato de São Lucas, imediatamente depois do relato em que Jesus perdoa esta mulher, mencionar que algumas mulheres o ajudavam, entre elas Maria Madalena, de quem ele havia expulsado sete demônios (Lc. 8,2). Além disso, Jesus elogia o amor da mulher pecadora: muitos pecados lhe são perdoados porque muito amou (Lc. 7,47) e também se percebe um grande amor no encontro entre Maria e Jesus depois da Ressurreição (João 20,14-18). Em todo caso, mesmo em se tratando da mesma mulher, seu passado de pecados não é um desdouro. Pedro foi infiel a Jesus e Paulo um perseguidor dos cristãos. A grandeza deles não está na sua imunidade ao pecado, mas no seu amor.
Por seu papel de relevo no Evangelho, Maria Madalena foi uma protagonista que recebeu especial atenção em alguns grupos marginais na Igreja primitiva. Estes são constituídos fundamentalmente por seitas gnósticas, cujos escritos relatam revelações secretas de Jesus depois da Ressurreição e recorrem à figura de Maria para transmitir suas idéias. São relatos que não têm fundamento histórico. Padres da Igreja, autores eclesiásticos e outras obras destacam o papel de Maria como discípula do Senhor e anunciadora do Evangelho. A partir do século X surgem narrações fictícias que elogiam sua pessoa e que se difundem principalmente na França. É aí que nasce a lenda, que não tem nenhum fundamento histórico, de que Madalena, Lázaro e outros mais, foram de Jerusalém a Marselha, quando se iniciou a perseguição contra os cristãos, e evangelizaram a Provença. Segundo esta lenda, Maria morreu em Aix-en-Provence ou Saint Maximin e suas relíquias foram levadas a Vezelay.
Segundo a Legenda Áurea, Maria Madalena, enquanto viveu como eremita, era elevada, cada dia, aos céus pelos Anjos. Um dos anjos - o de verde - tem na mão um "chicote" (usado na penitência) e na outra o vaso de unguento (o atributo de Maria Madalena); outro dos anjos - o de vermelho - mostra as vestes de eremita que lhe eram retiradas nesses momentos de glória.

Demenico Zampieri - Maria Madalena em glória - 1620, Museu Hermitage


Muito se disse a respeio dela nesses últimos anos. Vários escritores sérios e menos sérios se cimentaram em descobrir seus segredos, lançar hipóteses e especular a seu respeito. De Dan Brown a Hathleen MacGowan, ou vice-versa, livros, filmes, cursos, workshops.
Em O segredo do anel, Kathleen Mcgowan, nos conta que empregou 20 anos de pesquisa para produzir o livro, viajou quatro continentes em busca da verdade por trás da lenda do evangelho perdido de Maria Madalena. Dentre as inúmeras fontes utilizadas, estão as múltiplas versões dos evangelhos apócrifos, os textos dos fundadores da Igreja, diversos documentos gnósticos, os pergaminhos do Mar Morto, além de toda a tradição oral passada ao longo das gerações na mística região do Languedoc, sul da França.


Em O Código Da Vinci, Dan Brown afirma que o casamento de Cristo é óbvio. Como base, ele usa argumentos como o de que sendo judeu e adulto, é certo pela tradição cultural da época de que ele teria se casado. Ele cita ainda evangelhos considerados apócrifos que contariam esta história e afirma que Jesus teria deixado a responsabilidade pela continuidade de sua obra não nas mãos de Pedro, mas de Maria Madalena, e por isso ela teria sido perseguida pelos apóstolos enciumados e ido refugiar-se, grávida, na França, após a crucificação de Cristo.

Livro mais vendido na lista do jornal New York Times por mais de 40 semanas, sucesso de bilheteria nos cinemas, O Código Da Vinci, ao misturar realidade e ficção, popularizou especulações e hipóteses como: Jesus realmente foi casado com Maria Madalena? Tiveram um filho? Constantino suprimiu os primeiros evangelhos e criou a doutrina da divindade de Cristo? Os evangelhos gnósticos representam a verdadeira fé cristã que a Igreja dos primeiros tempos do cristianismo tentou suplantar? Como responder às alegações de que existem documentos que revelam segredos sobre Jesus, segredos mantidos há séculos pela Igreja e outras instituições religiosas? Seria esses documentos uma ameaça para a concepção tradicional de Jesus e o cristianismo dos primeiros tempos? O que existe de verdade e de falso na obra O Código Da Vinci? A qual propósito ele foi escrito?
Ben Witherington II (ph.D., Universidade de Durhan, Inglaterra; professor do Novo Testamento no Seminário Teológico de Asbury, em Wilmore, no Kentuck, nos Estados Unidos, não se limita a refutar os erros históricos de O Código Da Vinci, mas também contesta as armadilhas espirituais que envolvem o romance, ao tempo em que abre uma discussão sobre o “feminino sagrado” e a relação Pai (Deus) Filho (Jesus) nos evangelhos. Seu livro é O fim do conflito, publicado no Brasil em 2006.



Abrahan Janssens e JanWildens - Noli me tangere, Museu de Belas Artes de Dunkerque

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um curioso doce



Esta notícia vem da cidade de Amarante, em Portugal:
"Será, certamente, uma das grandes atracções na próxima edição da Mostra de Vinho Verde e Tradições de Amarante, outrora designada por FAGA. O ‘Doce Fálico’, vulgarmente conhecido por ‘Doce de S. Gonçalo’, ou "Caralhinho de São Gonçalo" irá ser confeccionado no decorrer do certame, entre os dias 7 e 10 de Julho, no Parque do Ribeirinho, pela ‘Padaria e Pastelaria Pardal’.
A dita iguaria terá 20 metros de comprimento e, de acordo com um dos responsáveis pela Pastelaria Pardal, Filipe Soares, para levar a cabo esta tarefa serão necessárias, aproximadamente, 10 a 12 horas de trabalho, a cargo de sete pessoas. Dos ingredientes a utilizar, constam 70 quilos de açúcar grosso; 20 quilos de açúcar fino; 1080 ovos (90 dúzias) e 50 quilos de farinha.
O ‘Doce de S. Gonçalo’ é, habitualmente, feito num tamanho bastante reduzido, pelo que, com esta iniciativa se pretende bater o recorde do maior doce já mais confeccionado.
A sua confecção será levada a cabo na FAGA, pois este é um certame onde irão estar reunidas muitas tradições e produtos típicos de Amarante, num evento promovido pela Dolmen; organizado pela Associação Empresarial de Amarante, com o apoio do Município e que conta também com a colaboração de um conjunto de diversas instituições amarantinas."





Eis a história: Diz-se que São Gonçalo é o santo protetor das velhas e que cura problemas de fertilidade masculina. Segundo a lenda o santo teria casado em segredo os habitantes de uma aldeia chamada Ovelha, habitantes esses que a Igreja não queria casar: eles viviam maritalmente já há algum tempo. Entre estes encontravam-se novos e velhos, como é claro. Mas o povo passou a dizer que São Gonçalo era o "casamenteiro dos de Ovelha", que abreviado e com o tempo deu "casamenteiro das Velhas". Das questões sentimentais rapidamente o povo passou para as questões de ordem sexual. Não há provas neste caso (assim como não há no outro, mas sempre há uma história que o justifica) de que São Gonçalo tenha sido o taumaturgo dos impotentes sexuais, mas se virmos os ex-votos que são colocados na capela onde se encontra o seu sarcófago antropomórfico, notaremos que se são na sua maioria partes do corpo como seios, partes genitais masculinos e femininos e corpos de crianças. O que pode corroborar estas duas histórias e juntá-las é a venda, ainda hoje, nas barracas e nas pastelarias mais tradicionais de Amarante, de uns bolos em forma de pênis aos quais se dá o nome de Caralhinhos de São Gonçalo.