sábado, 17 de setembro de 2011

La Divina in Cucina


Ontem fez 34 anos que morreu “La Divina”, Maria Callas. A grande diva da ópera tinha muitas paixões, e dentre elas, a de cozinhar. No livro A paixão secreta de Maria Callas, 2007, Editora Mercuryo, de Bruno Tosi, e com tradução no Brasil de minha colega Roberta Barni, professora da USP, podemos ler:

“Agora, porém, podemos acrescentar uma nova e curiosa peça ao mosaico de sua vida. A Divina, sabemos, tinha uma paixão secreta: a boa cozinha. Maria Callas adorava quitutes suculentos, as iguarias que os chefs do mundo inteiro cozinhavam em sua homenagem e que ela tinha de se limitar a provar beliscando dos pratos dos outros comensais, com resignação soberana e determinação feminina.
O que poucos sabem, no entanto, é que, para sublimar essa paixão, La Callas anotava meticulosamente as receitas favoritas, que pedia aos cozinheiros ou às donas de casa de quem, não raro, era convidada. Transcrevia-as com extremo rigor em minúsculas folhinhas de papel, que depois passava às mãos da fidelíssima Elena Pozzan, sua camareira e cozinheira pessoal da vida inteira. Depois, nos últimos anos em Paris, entregava-os ao mordomo e chofer Ferruccio Mezzadri, a pessoa que esteve mais próxima da artista ao longo de vinte anos, até o último dia de sua vida, com total devotamento.
Como se não bastasse, La Callas sempre teve um hobby, quase uma obsessão: juntar receitas publicadas pelos cadernos femininos e pelas revistas mais difundidas e populares, começando, no final da década de 40 e na de 50, pela Domenica del Corriere ou pela Annabella. E quando viajava, de teatro em teatro, todos os dias recortava receitas também dos jornais europeus e americanos.
Não podemos esquecer, além disso, seus inúmeros livros de cozinha, em todas as línguas, que formavam uma verdadeira biblioteca. Os primeiros, ela os ganhara da sogra Giuseppina, quando era a noiva e, a partir de 1949, a mulher de Giovanni Battista Meneghini. “Titta”, o marido, era realmente um bom garfo e Maria tinha de ser para ele uma cozinheira habilidosa. E assim na cozinha da rua San Fermo, sua primeira casa em Verona depois do casamento, tinha uma longa prateleira repleta de textos, a começar pelos clássicos da cozinha italiana, o mítico Artusi, Il talismano della felicità (O talismã da felicidade) de Alda Boni e a coletânea de receitas de Petronilla, da Domenica del Corriere.”

edição italiana

Edição brasileira

Mexilhões à marinheira (Cozze alla marinara) – receita da pág. 56

Para 4 a 6 pessoas

2 kg de mexilhões
300 ml de vinho branco
4 a 6 cebolas brancas picadas miudinho
1 macinho de ervas frescas
(tomilho, salsinha)
Pimenta-do-reino moída

 Numa travessa grande colocar as cebolas e o macinho de ervas frescas, acrescentar os mexilhões, o vinho branco e, quando os mexilhões estiverem abertos, pôr a pimenta.

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